País chegou ao 4G, mas 70% dos acessos móveis ainda são 2G

30 de julho 2013

Tecnologia | 4 Comentário(s)

Uol

O mesmo país que festeja o lançamento do serviço de quarta geração da telefonia móvel – governo e Anatel comemoram que o Brasil está entre os primeiros a adotar a nova tecnologia – não apenas fala, mas também envia dados pela mesma rede 2G que começou a ser instalada com a privatização das telecomunicações, em 1998.

Há, efetivamente, um movimento de migração dos usuários da telefonia para o 3G, mas ele é protagonizado por uma empresa e o mercado segue amplamente dominado pelos acessos de segunda geração: dos 256,5 milhões de usuários registrados em abril, 185,7 milhões são clientes 2G, ou 70,2%.

O presidente da Anatel, João Rezende, destaca a evolução. “Nas adições líquidas podemos notar uma alteração, foram 8 milhões de linhas 2G canceladas, mas 14 milhões de novas linhas no 3G, portanto um saldo de 6 milhões de linhas de 3G, que é um movimento para a experiência de internet no celular”, avalia.

É verdade. No entanto, essa avaliação precisa levar em conta que para aquele saldo de 6 milhões a principal contribuição veio da Claro, responsável por 9,9 milhões de acessos 3G no período de agosto do ano passado até aqui. Além disso, a predominância do 2G tem impacto direto na qualidade dos serviços.

“Se fossemos considerar apenas a rede 3G, ela está dentro dos parâmetros estabelecidos. A contribuição para o não atendimento do parâmetro está na rede 2G para acesso a dados”, admite o superintendente de Controle de Obrigações da agência, Roberto Pinto Martins.

A avaliação se deve ao fato de a Anatel ter divulgado nesta sexta-feira, 26/7, uma nova análise da qualidade das redes em decorrência da suspensão da venda de chips no ano passado, medida tomada como alerta sério de que as empresas precisariam investir mais. Ainda assim, Martins destaca a notável evolução:

“A rede 3G é relativamente nova e teve um crescimento expressivo, de mais de 700%. Saímos, entre 2009 para abril de 2013, de 8 milhões para 70 milhões [de acessos]. Aqueles usuários que demandam muitos dados certamente sairão da rede de 2G e vão para a rede 3G, assim como os grandes usuários da rede 3G vão migar para o 4G. ”

Mas quando sustenta que boa parte do problema está nas redes 2G, a Anatel não aponta apenas para a maior parte dos acessos, mas também reconhece que mesmo clientes listados como 3G acabam sendo direcionados para conexões de segunda geração.

“O nível de investimento foi abaixo do necessário e o uso do 2G demonstra que as redes não estavam preparadas para o crescimento da demanda no 3G”, destaca o conselheiro da Anatel Rodrigo Zerbone. Ou seja, os clientes 3G que conseguem acesso à rede 3G estão “dentro dos parâmetros”. Assim, a própria evolução do 3G deixa de considerar que parte dos usuários só consegue acesso no 2G.

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